Shows em Sergipe: uma humilhação para o artista sergipano.

Domingo, vinte e seis de junho de dois mil e onze (desculpem por eu postar com atraso). Estava eu sem nada fazer, quando um amigo meu de infância e de convivência chamado Junior, liga para o meu "ching-ling janitor mobile phone", me convidando para que fosse prestigiá-lo em um show de forró que se realiza todos os anos num município chamado Nossa Senhora do Socorro: o FORRÓ SIRI. (Só para lembrar, e não querer encher a bola de ninguém, mas o meu amigo Júnior é um dos melhores instrumentistas do Estado no quesito guitarra e violão).

O banner do evento.

Desculpei-me dizendo que não queria ir. Mas ele fez uma proposta boa, que foi a de ir com a banda que ele estava fazendo cachê e ficar no palco dando uma ajuda. Topei na hora! Não ia ganhar nada, mas pela moral de estar lá no palco, tava valendo. Então me arrumei, saí de casa, fui até ele, conheci o pessoal da banda, entramos no ônibus, chegamos lá e... QUE DECEPÇÃO! Calma minha gente. Segurem-se nas cadeiras. Não estou querendo desmerecer a minha querida terra de pessoas acomodadas que mereciam choques elétricos em jejum para despertarem desse coma semi-profundo, mas admito: foi uma máfia daquelas.

Não... Não estou brincando, podem espalhar. Aquela porra de evento tem mais é que acabar! Aquilo lá é uma humilhação para o artista sergipano, pois o show da banda que ele ia tocar (João da Passarada) e de outros artistas do estado (Comunidade que canta) lá foi uma merda. Isso mesmo: uma merda!

Porque estou falando isso? Bem... Vamos numerar...

Primeiro: garantiram que ia ter uma bateria lá disponível para as bandas de Sergipe e disseram que não era preciso levar bateria própria. Uma mentira deslavada, pois não tinha bateria nenhuma, e as bandas grandes, que iam receber rios de dinheiro, tipo o cantor Leonardo (um dos músicos mais caros da noite), não queriam emprestar as baterias para que as bandas daqui tocassem. Se existe uma palavra que se encaixa perfeitamente nessa situação, é essa: humilhação.

Segundo: tinha camarim até para o diabo negociar a alma dos políticos, mas não tinha para os artistas sergipanos. Improvisaram um canto para que eles se arrumassem, se ajeitasem e se preparassem para se apresentar ao público. Lembrando que esse evento proporcionado pela prefeitura de Nossa Senhora do Scorro, é um evento de sergipanos para sergipanos. Ou será que estou enganado? Será que não tem mais sergipanos em Sergipe?

Terceiro: não deixaram as bandas daqui tocar no mesmo palco que o cantor Leonardo ia cantar. Colocaram eles no mesmo palco que a banda Calypso ia tocar. Mais um exemplo de humilhação que os artistas sergipanos passaram, pois além de ter um palco exclusivo (que foi alugado aqui mesmo no Estado), o outro palco ficou superlotado com três atrações juntas. Será que Leonardo é sergipano? Tenho minhas dúvidas.

Quarto: A banda "João da Passarada" teve que esperar a banda "Comunidade que canta" acabar. Eles então começaram a tocar e pararam com 20 minutos depois, porque a produção da banda Calypso começou a desligar os equipamentos de aúdio de um por um, a começar pelo monitor da guitarra que estava microfonado. Um dos produtores ficou discutindo com Junior, falando que o monitor era de Chimbinha. E falando também que ele não estava autorizado a usar, sendo que a banda "Comunidade que canta" havia usado antes. E o pessoal de Ricardo Sá (A empresa de sonorização contratada para o evento) sabia que aquela merda de monitor era de Chimbinha, e deixou que ele tocasse assim mesmo. Depois eles desligaram o som da sanfona, e um cara ficava o tempo todo fazendo sinal para o show acabar.

Fiquei indignado e furioso, pois a vontade que dá é de pedir uma nota em um jornal local de grande repercussão, como o CINFORM e fuder com aquela festa que humilha os artistas do próprio Estado e exaltam ao extremo os artistas de outros Estados. Mas imaginem se isso fosse na Bahia. Na Bahia é bem diferente. Lá os artistas da terra estão sempre em primeiro lugar, e os de fora em segundo. O que é o contrário daqui, pois nas festas da capital e do interior, quem manda não é a secretaria de cultura do município mas sim o artista maior do dia, que faz o que quer e como quer.

Desde já eu começo uma campanha solo, e aceito quem mais quiser se juntar à mim, que vai se chamar: "O ARTISTA SERGIPANO TAMBÉM É BOM. SEJA SERGIPANO VOCÊ TAMBÉM: VALORIZE-O."