Carta do assassino em Realengo, discurso na Universidade e forró no final da noite.

Ontem na escola (sexta-feira) não aconteceu nada de interessante. Foi um dia de rotina normal. Mas essa semana foi uma semana polêmica por causa do crime que aconteceu em Realengo no RJ. Não vou negar que foi um massacre sem sentido, e sem noção desse assassino. Invadir uma escola e atirar em crianças? EM CRIANÇAS? Isso é uma total covardia! Tive vontade de me expressar e dizer que esse cara deveria queimar no inferno como todos os outros, mas não sou hipócrita como a maioria: me mantive frio e calculista perante situações desse tipo.

Foi aí que andei fuçando a internet e olhei um trecho da carta que ele escreveu. Vou postar aqui esse trecho e depois comentar:

“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida.”

Dá pra perceber que esse miserável é um evangélico fanático e donzelão. Porque evangélico fanático? porque essa alienação toda só pode ser fruto de algum pastor evangélico filho-da-puta, lavador cerebral de pobres. Ele deve ter pego esse coitado e enchido a cabeça dele de preceitos religiosos.

E não é de agora que essas igrejas evangélicas deixam as pessoas chatas, porres e alienadas. Estudo numa universidade em que os alunos mais chatos são os evangélicos, pois não se permitem, conversar sobre certas coisas. Lembro que uma vez, uma menina evangélica estava falando um monte de coisas negativas sobre sexo perto de mim com uma amiga, que no mínimo também era evangélica. Perguntei a ela se se ela gostava de sexo. Mano... Ela ficou puta de raiva de mim, e disse que não falava de intimidades na universidade. Dava pra perceber que ela era fanática religiosa e alienada também. E venhamos e convenhamos: viver sem sexo e alienado por religiões que só enlouquecem a sua mente dá nisso. Eu espero que essa menina não endureça o cabaço e entre na universidade armada atirando em todo mundo.

Nada contra Martinho Lutero. Mas é um grande tapado aquele que acha que foi ele quem criou o Protestantismo. O protestantismo foi criado por seus seguidores, que eram burgueses na época e queriam enriquecer. Mas a Igreja Católica era contra que as pessoas enriquecessem (tá, admito: era a idade das trevas da Igreja Católica), o que irritava a burguesia, que queria investir. Aí aproveitaram a oportunidade e criaram a Igreja Protestante. Cujo objetivo era enriquecer em nome de Jesus. Coisa que fazem até hoje.

Já pela noite na universidade, o professor da matéria de compreensão e expressão oral, pediu que escolhêssemos uma cena de filme e a encenássemos na sala de aula, sozinhos ou em dupla. Escolhi apresentar sozinho o último discurso do filme "O GRANDE DITADOR" de 1940, com Charles Chaplin como o protagonista. Juro que ensaiei durante dois dias seguidos o discurso, mas na hora só saiu a metade. Vou postar aqui a metade que saiu:

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Não posso negar que esse é um belo discurso. Pena que já não fazem mais discursos iguais a esse na política atual. Brasileiro em relação à política é igual a santo: vive de promessas. Mas bola pra frente que um dia implantaremos a anarco-democracia. Nesse dia ninguém mais vai segurar o povo. É só esperar pra ver.

Depois da aula, fui para a didática 7, um bar que fica de frente à Universidade. Todas as sextas nos reunimos eu e um pessoal do interior de vários cursos pra tocar um forrozinho. Vocês sabem né? Nordestino sem forró não serve pra quase nada. Eles trazem os instrumentos, eu ajudo eles a tocar e todo mundo canta. E a gente ainda encanta! Vamos botar essa idéia de tocar dentro da Universidade qualquer dia desses pra frente.

Não mais pessoal. Espero que vocês aproveitem o que eu escreví pra refletir um pouco. Abraços.