Porque eu me denomino um funcionário invisível e Universidade na mira dos bandidos.

Estava ontem fazendo meu trabalho com mais calma, pois houve uma paralização dos professores e não teve aula na escola (mas mesmo assim, a limpeza foi feita normalmente), quando fui percebendo o quão invisíveis são certas profissões. Notei principalmente que a minha é uma delas. Estava limpando o banheiro dos professores, e uma professora mais os funcionários da equipe diretiva estavam tendo uma conversa particular. Notei que mesmo comigo limpando a sala, eles não hesitaram em mudar de assunto. E detalhe: pareciam que nem notavam a minha presença naquele ambiente. Não vou mentir que ouvi toda a conversa, porque ouvi. Mas não vou entrar em muitos detalhes.

Por causa da paralização dos professores (coisa que futuramente eu também vou fazer, se eu passar num concurso do magistério), eu pude sair mais cedo e passar no banco estatal pra tirar dinheiro e recarregar minha carteira de passe-escolar, pois enquanto a de vale-transporte não fica pronta, tenho que me virar com a de estudante.

Notei que no banco, duas atendentes estavam conversando e entre elas estava uma companheira de trabalho. Uma servente que nem eu. E o que eu pensava foi confirmado: nós os serventes, faxineiros e garis de rua, somos pessoas invisíveis pra sociedade. Porque afirmo isso? Porque as mulheres conversavam entre elas e parecia que a menina que estava fazendo a limpeza, não estava ali, ou não existia naquele meio. Que dureza essa minha vida! Mesmo tendo voz e vez, por causa do cargo que exerço, eu praticamente não existo em certos ambientes. Isso é até bom, pois às vezes, não ser notado se torna uma qualidade. Vou me profissionalizar em não ser notado e virar detetive particular nas horas vagas. Cornos e mulheres traídas do Brasil, se preparem pra descobrir seus chifres! Seu Silva, o detetive particular estará em breve em ação!

Mais tarde fui pra Universidade, fazer meu plantão no centro acadêmico. Não sei porque, mas depois que entrei pra vida acadêmica, estou entendo mais de política do que antes. Meu pensamento político evoluiu e muito! Principalmente depois de entrar pro centro acadêmico. Tenho reclamado e chutado o pau da barraca direto, principalmente por causa do enorme número de assaltos que está acontecendo dentro e aos arredores da Universidade! Só na última calourada que o diretório central organizou para todos os calouros de 2011, foram registradas mais de quinze (15) ocorrências! Isso sem contar com os roubos de carro e de notebooks que estão cada vez maiores. Mas o que se chama isso? GANÂNCIA! 

Por causa de uma verba federal chamada REUNI, que o governo manda pras universidades, o nosso querido reitor resolveu em 2009, escancarar as portas da universidade, enchendo-a de novos cursos, sem dar a devida estrutura. Resultado: um formigueiro de gente; Universidade abarrotada, sem salas suficentes; cursos sem todos os professores e aumento dos assaltos e roubos. Uma vergonha pra universidade de maior referência no mercado de trabalho de Sergipe.

Vou encerrando minhas palavras por aqui, com indignação e raiva de um sistema educaional falido em todos os seus setores.