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Pronto para limpar até as arestas mais difíceis!

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Encontro de estudantes de História, papo com um traficante e de volta ao serviço.

Essa semana, durante a Semana Santa, aconteceu o encontro regional de estudantes de história aqui na Universidade Federal de Sergipe. Não participei de todos os dias por causa das minhas obrigações com a Semana Santa, mas dei um jeito de ir por dois dias lá. Fui na quinta-feira, quando estavam rolando os forrós e no sábado, quando estavm rolando os rocks.

Na quinta, fui com uma peguete chamada Thaís. Ela tinha conseguido o carro da mãe e perguntou se eu topava ir com ela. Topei na hora! Me arrumei efui para a universidade com ela. Lá chegando, ficamos tomando uns vinhos edepois umas cervejas. De repente eis que ouço um som que sempre me atrai: era o som do maracatu. Na mesma hora, fui ver onde tava rolando o som e dei de cara com o pessoal da Paraíba tirando um som fodaço! Não resisti e pedi pra tirar um som junto com eles. Peguei uma alfaia (tambor de madeira, com a pele de couro, esticada por cordas). Assim que comecei atocar, o pessoal começou acurtir. Logo surgiu o primeiro sinal de preconceito contra o povo de Sergipe: me perguntaram se eu era deRecife. Mas vejam só! Logo eu, sergipano nascido e criado, chega um paraibano e pergunta se eu sou de Recife! Nada contra. Os pernambucanos gostam do pessoal daqui, mas vamos ser sinceros: só porque eu tirei um som legal, é quase impossível dizer que sou de lá. O pessoal de Recife gosta muito do pessoal daqui,mas temos muitas diferenças, que se eu fosse detalhar aqui,is demorar muito.

Depois começou a rolar os forrós lá. Dancei muito com as mulheres do Maranhão, e até me dei bem com uma delas. Essa noite só não foi melhor, porque Thaís veio embora cedo, e viu que se eu ficasse por lá, ela ia perder a boca livre. Mas não fomos pra casa de lá da Universidade. Fomos na Orla de Atalaia no jukebox, um boteco onde a galera rock e cult da cidade se reúne. Chegamos em casa umas quatro da manhã. Dormi muito pouco e na sexta meio dia, estava na praia de novo com meu colega Guilherme, quando apareceu o pessoal de Recife no bar que frequentamos.

No sábado, depois da Vigília Pascal fui de novo para a Universidade. Mas para meu espanto, a playboyzada ficou sabendo da festa da Babilônia que ia ter lá. Resultado: tive que pegar uma fila para entrar, as pessoas que nãovfossem da federal iam pagar dois reais para participar da festa. Minha sorte foi que o pessoal da Paraíba que estava na portaria me reconheceu e me liberou. Entrei de graça.

Lá dentro, encontrei o pessoal da Paraíba, o pessoal de Recife, e conheci o pessoal que faz História na Bahia junto com o pessoal de Alagoas. Nesse dia também , experimentei a bebida oficial do evento, o "babufo": uma bebida feita com a mistura de várias outras, mais alguns ingredientes exóticos, como ração de gato. No outro dia, quando soube disso, fui procurar o médico e fazer uns exames pra saber se não fiquei intoxicado. Mas voltando paa a madrugada de domingo, ia rolar também o beck gigante: um baseado de dois metros de comprimento, feito com a maconha de tofo mundo que estava no evento e mais algumas drogas, como o crack. Me pediram pra tirar uma foto do baseado gigante,mas nem em aventurei ir lá conhecer.

Nessa mesma madrugada,conheci um cara, que não me lembro o nome (tinha bebido muto o "babufo"),mas conversando com ele, de forma natural, descobrí através do mesmo, que ele é quem comandava o tráfico na região dos conjuntos que ficavam ao redor da Universidade. Assim que soube dessa informação falei: "Cara, já que você é quem manda, segura a criminalidade aqui dentro pô! Desde 2009 que o número de assaltos aqui só tem aumentado. Garanto que se você fizer isso, sua moral aqui aumenta." Ele me respondeu: "Eu quero é ver se o reitor me dá a autorização pra tomar conta da segurança daqui. Ele fazendo isso, os roubos acabam." Foi aí que percebí o jogo político que rola entre a política interna da Universidade, o ditretório central dos estudantes (que conhecia o cara, e liberou a entrada dele) e a malandragem local: tudo converge numa rede corrupta de interesses pessoais. No domingo, quando cheguei em casa, concluí que a linha que divide o certo do errado; o bem do mal, está cada vez mais fina. Já não se sabe mais quem tem boa índole ao nosso redor. Cuidado: as aparências estão enganando bem mais do que a cinco ou dez anos atrás.

Já na segunda, quando voltei ao trabalho, o pessoal me recebeu com uma cara de quem eu fiz falta no colégio. Até os alunos sentiram a minha falta, e eu confesso que sentí falta daqueles malandrinhos e daquelas meninas sonsas. A malandragem dos arredores também sentiu a minha falta, pois assim que voltei pro serviço, les que estavam aprontando demais na escola,ficaram mais quietos, na deles. Mas para a escola, a Semana Santa teve um saldo negativo: levaram a maioria das vassouras e as panelas maiores da cozinha. Eles pensaram que iam levar outro botijão de gás para trocar por droga, mas se enganaram.Agora estamos guradando o btijão na secretaria sempre que termina o expediente. Tenho pena daquele pessoal, pois eles têm uma oportunidade única de mudar de vida através do estudo, e simplesmente se deixam influenciar pela malandragem de fora. Quando me deparo com essa realidade, vejo que a Universidade vive uma realidade totalmente utópica. Aqueles doutores, que passaram a vida inteira estudando para nunca entrar numa escola pública, enganam os alunos em suas aulas acadêmicas, fazendo-os crer que eles vão conseguir mudar a cabeça dessa juventude. QUE HIPOCRISIA! A realidade é trágica e pode ir de encotro a todo o sonho dos futuros professores.

Vou encerrar por aqui,pois já falei demais. Abraços a todos. 

4 comentários:

  1. Oi Silva, realmente vc tem razão, o ambiente de universidade é totalmente utópico, na teoria eles vivenciam uma coisa, mas na prática é tudo hipocrisia.

    Em relação às tuas dicas, muito legal, vou correr atrás desses autores, já conhecia mas ainda não tenho nenhum livro deles.

    Abração pra ti.

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  2. É mais fácil falar do que fazer.. fato!
    Muito do que se fala sobre certas posturas, no cotidiano, é esquecido o e contrariado!

    ;P

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  3. fiquei interessada pela bebida com ração de gato! rsr
    Infelizmente sempre será assim... aquela pessoa ou grupo que estiver ou detem o poder , fará de tudo para atender simplesmente os seus interesses , políticos , ideológicos , econômicos...
    Se continuar falando aqui poderei ser taxada de Socialista rsrs ( o que não sou tbm)
    http://medicinepractises.blogspot.com/

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  4. Nossa... deve ser horrivel essa bebida aí, não?
    rsrsrs

    Mas foi um feriado que rendeu hein?
    Até mais!

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