Ainda com dengue, mas com amigos!

Esse fim-de-semana eu não tive como relatar nada aqui no blog por causa da dengue. Mas em comparação aos outros dias, pior eu já estive.

Passei o sábado inteiro dentro de casa, com exceção do meu horário de ir dar aulas. Dou aulas numa escolinha aos sábados pela tarde, e como ela fica a uma quadra e meia da minha casa, me dopei de remédios pra enjôo e febre, e fui cumprir com minhas obrigações. Pela noite fiquei em casa, conversando com as pessoas pelo msn. Era bom e ao mesmo tempo não falar com eles no msn, porque nas épocas em que não existiam esses avanços tecnológicos, as pessoas mais próximas ainda vinham te visitar em casa. E hoje em dia, o ócio tecnológico fez com que as pessoas simplesmente ligassem, mandassem emails ou simplesmente conversassem por msn.

No domingo, o meu dia foi mais animado pois dois amigos meus, Júnior e Ronaldo, que eu estava prevendo visitar essa semana, vieram aqui em casa me sequestrar. Falo sequestrar, porque apareceram aqui pra me visitar e me levaram pra sair com eles. Estava dois dias em casa, quase enlouquecendo de tanto não ver a rua. Fomos para a casa da nova namorada de Júnior, Neide, passar o dia lá. Eles compraram uns vinhos e umas cervejas, e eu, por estar tomando remédios, comprei um refrigerante. Ela é uma mulher bonita e tem dois filhos. Mas antes que alguém julgue, o Júnior é separado e tem uma filha. Ele nos levou lá pra conhecermos a Neide, mas por ter se separado recentemente (04 meses), ele ainda não quer apresentar ela para a mãe, pois teme que a ex-esposa ache que ele a traía antes deles terem se separado. Coisa que nunca aconteceu, pois acompanhei o lance dele com a ex-esposa desde que eles começaram a namorar. O casamento deles terminou simplesmente por puro RACISMO. A família dela não aceitava o namoro, e nem o casamento dos dois, simplesmente porque o Júnior é negro. Mas mesmo assim, eles tocaram o barco pra frente até se casarem e terem uma filha, Luna Yasmim, que agora em 2011 vai completar cinco anos. Eles poderiam envelhecer juntos, se ela não tivesse se contaminado pela língua venenosa dos parentes, pois pelo que eu conheço de Júnior, a família dele aceitava ela de braços abertos o tempo todo. Já a dela...

Passamos o dia lá na casa dela, dançando, conversando e nos divertindo. Mas estava prevendo chegar em casa no início da noite. Conhecí também Rosa, uma das irmãs de Neide. Uma ruiva de olhos verdes bem gostosa e bem piriguete. Dancei com ela a tarde toda, fizemos umas brincadeiras bem safadas com ela, e ela se divertiu até a hora em que uma outra irmã dela, chamada Maria chegou. Não vou dizer que a mulher era uma cobra porque iria ofender aos ofídios. Mas assim que ela chegou e começou a querer dar sermão nas irmãs, o clima ficou chato e a festa teve que parar. Depois que ela foi embora, começamos a arrumar as coisas pra sair, pois não tínhamos mais clima pra nada.

Assim que estávamos quase saindo, o pior acontece: um apagão geral, que só veio se normalizar no final da noite, umas nove e meia. Fiquei das seis e meia até a hora em que a luz voltou, ouvindo um pessoal de uma igreja evangélica cantando a noite toda. Cara... Parecia mais um terreiro de Candomblé do que uma igreja. Era horrível demais escutar os gritos e berros do pessoal. E olha que perto da casa de Neide tem uma casa de Candomblé. Mas eles estavam mais silenciosos do que os crentes.

Saímos, caminhamos até a rua principal, pegamos um táxi, descemos no centro e  fomos pra casa andando. Passamos na frente de um bar da luz vermelha, onde Júnior toca e Ronaldo trabalhava. Quando estávamos passando pela porta, que estava fechada, eles encontraram com uma menina que trabalha lá. Fiquei besta! A menina não tinha cara de prostituta e estava nessa vida. Ela poderia estar em qualquer outro trabalho, mas preferiu o caminho da prostituição. Falava bem, não falava gírias e nem palavrão. Pelo modo dela conversar, dava pra ver que o nível intelectual dela era superior. Nos despedimos e seguimos viagem até o bairro em que a gente mora.

Chegamos no ú8nico bar do bairro que fica aberto aos domingos e sentamos pra tomar a saideira. Eles na cerva e eu no refri. Fizemos um balanço do dia, e percebemos que o dia foi bom, pois nos revemos e estávamos felizes. Eu me sentia feliz, pois de todo mundo que eu copnheço, eles é que vieram em minha casa me visitar. Confesso que até o presente momento eu não preciso deles, mesmo tendo os acudido em muitas situações de emergência e ter participado de todos os momentos das vidas deles e dos outros (somos ao todo, sete amigos de infância e adolescência). Mas eu olho nos olhos de cada um e vejo que basta apenas que eu levante a voz e chame o nome de apenas um, pra todos eles estarem ali do meu lado. Enfrentei e enfrento muita coisa por esses seis até hoje, porque vale a pena cada minuto quando estou com eles.

Nesse mesmo dia teve o aniversário do meu sobrinho e afilhado. Ele completou dez anos agora 17 de abril. Não fui para a festa dele, e minha mãe tá reclamando até agora porque eu não fui. Aqui em casa moro com mais dois irmãos, mas ela só está reclamando comigo porque eu passei o dia fora. Nem ela que é avó do menino apareceu na festa e nem meus outros dois irmãos. Não fui porque a minha cunhada não convidou a gente. Sou chato pra esse tipo de coisa: pra eu me comprometer com algo, eu tenho que ser avisado, mesmo sendo festa de parentes. E o menino tá aqui em casa quase todos os dias. Mas eu ia aparecer na festa se não fosse o apagão. Essa semana vou ver se compro alguma coisa pra ele de presente.

Não mais, encerro essas palavras por aqui. Ainda estou doente e me recuperando. Pior eu já estive. Agora é só terminar de me recuperar. Não mais, espero que essa postagem possa fazer vocês refletirem sobre muitas coisas. Abraços.